Ovelhas perdidas da casa de Israel
Graça e paz, irmãos e amigos. Shalom, shalom.

Introdução
O povo nordestino é conhecido por sua resiliência, fé, alegria e profunda ligação com suas raízes culturais. No entanto, há um aspecto pouco explorado da identidade nordestina: a possível origem judaica de muitos de seus habitantes. Diversos historiadores e pesquisadores apontam que muitos nordestinos são descendentes de judeus sefarditas que vieram ao Brasil fugindo da Inquisição. Esses judeus, chamados “cristãos-novos”, esconderam sua fé por gerações, mas deixaram marcas profundas na cultura regional — algumas delas perceptíveis até hoje.
1. A presença judaica no Brasil Colonial
Cristãos-Novos e a Inquisição
- Durante os séculos XV e XVI, muitos judeus foram forçados a se converter ao cristianismo em Portugal e na Espanha.
- Esses judeus convertidos — os cristãos-novos — vieram para o Brasil, especialmente para o Nordeste, buscando liberdade religiosa e segurança.
- A Inquisição perseguiu muitos desses cristãos-novos no Brasil, principalmente em Pernambuco, Bahia e Ceará.
Símbolos e práticas preservadas em segredo
- Apesar da perseguição, muitos mantiveram práticas judaicas escondidas — como acender velas na sexta-feira à noite no início do Shabat, evitar carne de porco, purificar alimentos e até usar nomes simbólicos ligados ao hebraico.
- Fazer e separar o primeiro pedaço de pãoHá relatos de mulheres nordestinas que:
- Faziam pão em casa, especialmente em dias específicos.
- Separavam um pedacinho da massa e queimavam no fogo do fogão a lenha.
- Isso tem semelhança direta com o mitzvá de “hafrashat challah”, a separação de uma porção da massa para D’us (Bamidbar/Números 15:20).
- Banho antes do pôr do sol na sextaAlgumas famílias ensinavam:
- Que na sexta-feira, “não se pode entrar o dia da noite sem tomar banho”.
- Isso pode refletir a purificação ritual pré-Shabat, conforme os costumes de judeus sefarditas.
- Orar voltado para o lesteNo Sertão e em vilarejos antigos, há registros orais de pessoas que:
- Sempre rezavam voltadas para o nascente (leste).
- Na tradição judaica, os judeus da Diáspora se voltam para Jerusalém — no Brasil, isso é para o leste/nordeste.
- Evitar carne de porco sem saber por quê
- Muitos descendentes de cristãos-novos no Nordeste evitavam carne de porco, dizendo:
“Aqui em casa nunca se comeu porco” ou “faz mal”. - Isso é um resquício claro da kashrut (lei alimentar judaica), mesmo que já não se conhecesse o motivo original.
- Muitos descendentes de cristãos-novos no Nordeste evitavam carne de porco, dizendo:
- Nomear filhos com nomes bíblicos antigosMesmo em regiões de forte influência católica, é comum encontrar:
- Nomes como Isaías, Moisés, Efraim, Levi, Josué, etc.
- Isso pode ser herança direta de judeus ocultos, que mantinham a memória dos patriarcas.
- Música nordestina com temas de seca, exílio, terra prometidaMúsicas como Asa Branca e outras composições de Luiz Gonzaga falam de:
- Exílio forçado, fome, esperança de retorno à terra, sinais do céu, pássaros migrando.
- São temas profundamente presentes no Tanach (Bíblia Hebraica) — o exílio do povo judeu e a promessa de retorno.
- A tradição de varrer a casa sem deixar o lixo sair pela porta da frente é bastante comum no Nordeste — e também em outras regiões do Brasil —, geralmente associada à ideia de “não varrer a sorte para fora”. Mas, em contextos judaicos (especialmente entre judeus sefarditas e descendentes de cristãos-novos), ela pode ter raízes mais profundas, ligadas a práticas de pureza, proteção e bênçãos.
- Preocupação com a entrada da casa
- Na Torah, a porta da casa é um lugar sagrado:
- É onde se coloca a mezuzá (Deuteronômio 6:9).
- É por onde entram e saem as bênçãos.
- Também é símbolo de proteção espiritual (Êxodo 12:7 — sangue nos umbrais).
- Jogar impureza pela porta poderia ser visto como profanar a entrada sagrada do lar.
- Na Torah, a porta da casa é um lugar sagrado:
- “Não aponte o dedo para a estrela, senão nasce verruga.”
- Essa frase era dita especialmente por mulheres mais velhas — muitas vezes descendentes de judeus sefarditas que fugiram da Inquisição — e costuma ser repetida para as crianças durante o Shabat, quando as primeiras estrelas aparecem no céu e marca-se o fim do dia santo.Ao dizer às crianças “não aponta pra estrela senão nasce verruga”, estavam:
- Protegendo a tradição sem chamar atenção.
- Ensinando reverência aos sinais celestes (como o fim do Shabat).
- Mantendo um ensinamento esotérico sem expor sua origem judaica.
- Essa frase era dita especialmente por mulheres mais velhas — muitas vezes descendentes de judeus sefarditas que fugiram da Inquisição — e costuma ser repetida para as crianças durante o Shabat, quando as primeiras estrelas aparecem no céu e marca-se o fim do dia santo.Ao dizer às crianças “não aponta pra estrela senão nasce verruga”, estavam:
2. O Nordeste e a Cultura com traços judaicos
Vestimentas e símbolos

- O chapéu de couro nordestino, com sua forma arredondada e encaixada na cabeça, tem sido comparado ao kipá (solidéu judaico), símbolo de temor a Deus e humildade.
- Alguns estudiosos falam de “kipá disfarçado de chapéu” como um símbolo que resistiu à assimilação forçada.
- As franjas laterais representam o Peot (ou Payot, פֵּאוֹת)
- Peot (às vezes transliterado como peiyot, payos ou peios) são as mechas ou franjas laterais do cabelo, usadas por judeus — especialmente os ortodoxos e hassídicos — em obediência a um mandamento da Torah:“Não cortareis arredondando os cantos de vossa cabeça, nem danificareis as extremidades de vossa barba.”
— Vayicrá (Levítico) 19:27Esse versículo é interpretado, principalmente no Talmud (Makkot 20a), como proibição de raspar os lados da cabeça, levando ao costume de deixar crescer as franjas laterais. - As franjas na parte de trás representando o Tzitzit
- Tzitzit são os cordões/franjas rituais fixados nas quatro extremidades de uma roupa especial chamada tallit (ou tallit katan, se usada por baixo da roupa), conforme o mandamento da Torah:“Faze para ti franjas (tzitzit) nas quatro extremidades da tua vestimenta com que te cobres.”
— Devarim (Deuteronômio) 22:12E também:“E será para vós por tzitzit, para que os vejais e vos lembreis de todos os mandamentos do Eterno, e os cumprais…”
— Bamidbar (Números) 15:38-40
COSTUME: Jogar fora a água da casa quando alguém morre
No Nordeste do Brasil, é comum ouvir:
“Morreu? Tem que jogar fora toda a água da casa!”
“Não pode beber daquela água depois da morte, dá azar.”
“Água parada com defunto na casa traz coisa ruim.”
Esse costume está profundamente enraizado na tradição popular — especialmente em zonas rurais e sertanejas. Mas de onde ele pode vir?
POSSÍVEL RAIZ JUDAICA – Halachá sobre a morte
No judaísmo, existem leis muito específicas sobre pureza ritual (tahará e tumá) relacionadas à morte.
- Quando alguém morre, o local onde o corpo está se torna ritualmente impuro (טָמֵא tamê).
- Toda água descoberta naquele ambiente também é considerada impura (segundo tradições talmúdicas e haláchicas).
- Essa impureza se estende a utensílios, alimentos e até pessoas.
No Talmud (Tratado Avodah Zarah 69a), por exemplo, há menções à proibição de beber água deixada descoberta na presença de um morto.
“Qualquer água exposta ao espírito da morte (ruach ra’ah) deve ser descartada.”
Isso se conecta com a ideia de que a alma, ao deixar o corpo, pode passar pela água ou que a água retém alguma energia da morte — o que explicaria a superstição no Nordeste.
O ato de jogar água fora após a morte pode ter sido uma forma codificada de manter a halachá, sem levantar suspeitas.
Com o tempo, isso foi absorvido pelo folclore local, mas com explicações mais supersticiosas (como medo de alma penada, mau agouro etc.).
- Em comunidades judaicas do Iêmen, Irã e Portugal, também se jogava fora água e alimentos de ambientes onde havia morrido alguém.
- Entre cristãos-novos em Portugal, isso foi documentado por inquisidores como “costume judaizante”.
- Entre os muçulmanos também há práticas semelhantes, reforçando o contexto semita.
Culinária
- Pratos como carne seca com feijão verde têm raízes em métodos antigos de conservação kosher.
- A ausência de carne suína em várias tradições culinárias familiares pode ser uma memória ancestral da kashrut (leis dietéticas judaicas).
3. Luiz Gonzaga e o espírito do povo
Luiz Gonzaga – O Rei do Baião
- Nascido na cidade Exu (PE), Luiz Gonzaga é um dos maiores ícones da música brasileira.
- Compositor da famosa música “Asa Branca”, suas letras exaltam o sertão, a esperança e a saudade da terra.
- Há indícios de que sua linhagem pode ter raízes em famílias de cristãos-novos, como tantas outras na região.
Música como herança espiritual
- A saudade da terra e o sofrimento pela seca em suas músicas ressoam com a memória de exílio presente no povo judeu, especialmente nas orações de retorno a Sião.
- A esperança na chuva lembra os tempos bíblicos, como as preces por chuva em Israel.
4. O sertanejo e o judeu – paralelos espirituais

5. Outros indícios culturais
- Tradições familiares de acender velas, lavar alimentos com sal, cobrir espelhos em luto e enterrar rapidamente os mortos são encontradas em famílias nordestinas e têm paralelos com costumes judaicos.
6. O Despertar da Identidade
Hoje, muitos nordestinos estão redescobrindo suas raízes e procurando entender melhor suas tradições. Em várias cidades do interior de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte, há comunidades que estão retornando ao judaísmo, descobrindo que suas práticas familiares tinham base na Torah.
Conclusão
O povo nordestino carrega em si uma herança rica, que mistura fé, resistência e cultura. Ao olharmos com atenção, percebemos que a alma do sertanejo pode guardar os ecos de uma história milenar: a de um povo que, mesmo longe de sua terra original, manteve acesa a chama da espiritualidade e da identidade.
A Restauração de Israel: Promessa do Retorno
A promessa de Deus de trazer o povo de Israel de volta à sua terra é messiânica — e aparece muitas vezes nas Escrituras, especialmente nos profetas. Essa promessa está intimamente ligada ao tempo do Mashiach (Messias), ao fim do exílio e à restauração plena de Israel.
1. Promessa da Volta do Exílio como Sinal Messiânico
Ezequiel 37:21–22
“E lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações para onde foram, e os congregarei de todos os lados, e os trarei para a sua terra.
E farei deles uma só nação na terra, nos montes de Israel, e um só rei será rei de todos eles…”
Esse texto aparece logo antes da visão do Messias “Meu servo Davi” (v.24), unificando o povo. Ou seja, a volta à terra é parte do processo messiânico.
2. Deuteronômio 30:3-6 – Teshuvá e Redenção
“…o Senhor teu Deus te trará de novo do cativeiro, e se compadecerá de ti, e te tornará a ajuntar de todas as nações entre as quais te espalhou…
E o Senhor teu Deus circuncidará o teu coração… para que vivas.”
Esse trecho é considerado pelos sábios como um prenúncio messiânico:
- Primeiro vem o arrependimento (teshuvá) do povo.
- Depois, a redenção nacional.
3. Jeremias 23:3-6 – Ajuntamento e o Renovo
“E eu mesmo reunirei o remanescente das minhas ovelhas de todas as terras…
…E levantarei sobre elas um Renovo justo; e reinará como Rei, e agirá sabiamente…”
Aqui vemos dois elementos fundamentais:
- Reunião dos exilados.
- Reinado do Renovo de Davi — o Messias.
4. Isaías 11:11-12
“Naquele dia o Senhor tornará a estender a mão para resgatar o restante do seu povo…
…e levantará um estandarte entre as nações, e congregará os dispersos de Israel…”
- Esse capítulo fala claramente do Mashiach vindo do “tronco de Jessé” (v.1).
- O ajuntamento dos dispersos é parte da missão messiânica.
5. Talmud e Midrash
O Talmud (Sanhedrin 98a) e vários Midrashim afirmam que:
“Não há sinal mais claro da vinda do Messias do que a reunião dos exilados.”
O Rambam (Maimônides), em Hilchot Melachim (Leis dos Reis), capítulo 11, diz:
“Se surgir um rei da casa de Davi… que reúna os exilados de Israel… então é, com certeza, o Messias.”
O retorno do povo de Israel à sua terra é uma promessa messiânica fundamental. Não é apenas uma restauração territorial, mas um movimento espiritual e profético que culmina com a vinda do Rei Messias, a redenção final e o reinado de paz.
Referências e sugestões para aprofundamento
- Livro: Cristãos-Novos no Brasil – Anita Novinsky https://editoraperspectiva.com.br/produtos/cristaos-novos-na-bahia/
- Documentário: A Estrela Oculta do Sertão (disponível online)
- Artigos do Instituto Bnei Anussim e Shavei Israel
- Estudos genealógicos da região de Pernambuco e Paraíba
- Midrashim e textos sobre o exílio sefardita
Sociedades Secretas
Ao longo da história, especialmente durante o período da Inquisição e de perseguições aos judeus, surgiram diversas sociedades secretas e movimentos ocultos entre os judeus cripto-sefarditas (aqueles que praticavam o judaísmo em segredo para evitar a perseguição). Esses grupos eram compostos por descendentes de judeus forçados a se converter ao cristianismo mas que continuavam a manter as tradições judaicas de maneira disfarçada.
Sociedades Secretas entre os Judeus Cripto-Judeus
- Os Marranos (ou Cristãos-Novos):
- Durante a Inquisição Espanhola (séculos 15-17), muitos judeus foram forçados a se converter ao cristianismo. Esses judeus, conhecidos como marranos ou cristãos-novos, eram frequentemente perseguidos pela Igreja Católica, mas continuaram a praticar o judaísmo em segredo.
- Para proteger sua identidade e seus rituais, formaram sociedades secretas para transmitir os ensinamentos judaicos e as práticas religiosas sem chamar a atenção das autoridades.
- Muitas vezes, essas sociedades secretas operavam de maneira clandestina, com códigos secretos, símbolos e rituais que lembravam a tradição judaica, mas que eram disfarçados de acordo com as normas cristãs da época.
- A Kabbalah e os Movimentos Ocultos:
- A Kabbalah, uma forma de misticismo judaico, tem sido associada ao ocultismo em várias tradições esotéricas. No século 16, com a disseminação da Kabbalah em várias partes da Europa, especialmente entre os judeus sefarditas e os cristãos conversos, surgiram movimentos secretos e esotéricos que se baseavam em conceitos cabalísticos.
- Esses grupos frequentemente misturavam a Kabbalah judaica com outras tradições esotéricas, criando uma forma de conhecimento oculto que era transmitido apenas entre os membros iniciados.
- Os Marranos e as Práticas Secretas:
- Muitos judeus que se converteram ao cristianismo ainda mantinham práticas judaicas secretas, como a observância do Shabat, a separação de carne e leite, e a celebração das festas judaicas. Essas práticas eram realizadas disfarçadas sob a aparência de costumes cristãos.
- Isso criava uma cultura oculta, onde os descendentes de judeus continuavam a se identificar com a tradição judaica, embora de forma secreta.
- A Maçonaria:
- A Maçonaria tem uma conexão histórica com o judaísmo, especialmente com os judeus sefarditas e os cristãos-novos. Alguns estudiosos acreditam que os maçons têm raízes nos antigos mestres construtores judeus e, em algumas vertentes da maçonaria, existem símbolos e práticas que lembram os rituais judaicos.
- A maçonaria, em muitos casos, foi vista como uma forma de sociedade secreta onde a identidade judaica poderia ser preservada disfarçadamente, especialmente no contexto das perseguições da Inquisição.
- Os Crypto-Jews e Suas Conexões com Movimentos Espirituais:
- Em várias partes do mundo, os judeus cripto-sefarditas estavam envolvidos em movimentos espirituais e filosóficos, como o Racionalismo e o Esoterismo.
- Esses movimentos muitas vezes viam a sabedoria judaica e a tradição mística como uma fonte de conhecimento oculto e estavam profundamente conectados com as sociedades secretas que floresceram durante o Renascimento e a Idade Moderna.
Conexões com o Nordeste Brasileiro
No caso do Nordeste do Brasil, onde muitos descendentes de judeus sefarditas (os chamados cristãos-novos ou marranos) se estabeleceram, muitos desses grupos esotéricos e secretistas podem ter influenciado práticas culturais locais, com símbolos, códigos e rituais que lembram o judaísmo oculto. As tradições de secretismo e preservação da identidade judaica podem ser vistas nas práticas espirituais, rituais familiares e até em certos símbolos culturais.
Resumindo:
Sociedades secretas existiram entre os judeus, especialmente no período da Inquisição, onde os judeus forçados a se converter ao cristianismo criaram movimentos ocultos e secretos para preservar suas tradições. Muitos desses grupos também estavam relacionados com movimentos esotéricos e cabala. Essas sociedades secretas se mantiveram discretas para evitar a perseguição religiosa e preservar a identidade judaica.
Rafael Ramos para a página Usina da Torah – Yeshua
Shalom aleichem!

Asa Branca – Canção de Luiz Gonzaga
Quando oiei’ a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu preguntei’ a Deus do céu, uai
Por que tamanha judiação?
Eu preguntei’ a Deus do céu, uai
Por que tamanha judiação?
Que braseiro, que fornaia’
Nenhum pé de prantação’
Por farta’ d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por farta’ d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Inté’ mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Entonce’ eu disse: adeus, Rosinha
Guarda contigo meu coração
Entonce’ eu disse: adeus, Rosinha
Guarda contigo meu coração
Hoje longe, muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar’ pro meu sertão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar’ pro meu sertão
Quando o verde dos teus óio’
Se espaiar’ na prantação’
Eu te asseguro, não chore, não, viu
Que eu vortarei’, viu, meu coração
Eu te asseguro, não chore, não, viu
Que eu vortarei’, viu, meu coração
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